segunda-feira, 17 de março de 2014

A PESSOA COM SURDEZ FRENTE À SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA



 A PESSOA COM SURDEZ FRENTE À SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA[1]

Rosângela Maria de Oliveira

Aristóteles se reportava ao homem sem linguagem, uma pessoa não humana, pois para ele a linguagem era o que dava ao homem a condição humana, sendo assim a P.S jamais seria capaz de gerenciar seus próprios atos.
Passado esse período crítico da Idade Média podemos assim chamar para as pessoas com surdez, veio a Idade Moderna com as descobertas através dos trabalhos de Gerolamo Cardamo, a afirmação de que a surdez por si só não modifica a inteligência da criança, que há capacidade de aprender a ler e escrever. A partir de então, abriu-se caminhos para novos estudos sobre a educação dessas pessoas, onde filósofos, monges, psicólogos se debruçaram em busca de conhecimento que pudessem proporcionar uma melhor qualidade de vida da pessoa com surdez. Percebe-se que hoje muitos avanços aconteceram, resultado de pesquisas, erros e tentativas, na esperança de acertos, mas que a vida escolar da P.S ainda é comprometida em virtude da estrutura das instituições serem falhas. Na maioria das vezes, não encontra-se no fazer pedagógico trabalhos, ações que dinamize e  que favoreça a pessoa surda. Assim,

A inclusão escolar implica mudanças paradigmáticas, ou seja, uma concepção de homem, de mundo, de conhecimento, de sociedade, e educação e de escola, pautado nas dimensões do heterogêneo, da não dualidade, da não fragmentação, das diferenças multiculturais, do original e singular humano. (DAMÁZIO, 2010)



De acordo com a afirmação, é necessário mudanças no geral, no ser humano, na escola, no mundo. Conhecimento da sociedade, um novo olhar da educação com valores e atitudes diferentes, frente às suas práticas educacionais.

É necessária uma escola que se prepare para receber cada aluno com sua singularidade, com suas eficiências e deficiências, suas capacidades ou limitações, vendo desta forma a escola estará capacitada não somente para receber a P.S, mas toda e qualquer diferença.
Sempre coloca-se que a escola deverá estar preparada, mas ver-se que a sociedade como toda precisa aderir, querer, aprender Língua de Sinais, pois hoje em um círculo de diálogo, quando há uma P.S, esta fica aquém do assunto, pois são poucas pessoas preparadas para repassar essa comunicação, portanto ressaltando o que foi anteriormente dito, não só as escolas, mas todo ser humano, a sociedade em geral, deve procurar conhecimentos na Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS.
Já pode-se dizer que um salto foi dado, quando nas grades curriculares das Universidades existem obrigatoriamente a disciplina de LIBRAS, no entanto, resta um investimento maior na motivação para sair da obrigatoriedade da disciplina em si e passe a ser uma língua que se use, se aprende verdadeiramente.
Hoje existem nas escolas comuns as salas de AEE, que dão suporte, estabelece como ponto de partida a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades dessas pessoas, as salas de aulas comuns e a sala de AEE são articuladas através de metodologias que estimulam e facilitam suas condições de aprendizagem.
Considerando que o homem é um “produto o meio”, ver-se que a necessidade de incluí-lo para que o mesmo faça parte inteiramente de toda construção da sociedade na qual está inserido. 






[1] Rosângela Maria de Oliveira – Curso de Formação Continuada de Professores para o AEE.

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